terça-feira, 9 de abril de 2013

Sobre o tempo que temos e que não temos



Desde o momento em que acordamos pela manhã até a hora em que deitamos a cabeça no travesseiro para enfim descansar, vivenciamos cada ação, cada tarefa e cada minuto de lazer sob o domínio do tempo sem que saibamos, no entanto, o que realmente venha a ser essa entidade tão misteriosa. Pode parecer loucura, mas o conceito de tempo e do que ele seja de verdade se constitui num dos maiores mistérios da humanidade.
Se pararmos um pouco para refletir, a primeira constatação que se tem é que o tempo é algo extremamente relativo e subjetivo: diferentes pessoas passando por diferentes situações experimentam o tempo de formas distintas. Um exemplo claro disso é a noção de um final de semana, por exemplo. Da sexta-feira à tarde ao finalzinho do domingo geralmente não transcorrem mais que cinco minutos! Passa muito rápido. Durante a semana inteira ou em momentos de tensão e estresse, como durante um assalto, alguns segundos ou minutos podem nos parecer dias.
Outro aspecto enigmático relativo ao tempo diz respeito à forma como pessoas de diferentes idades o sentem. Quanto mais velhos vamos ficando, mais rápido o tempo parece transcorrer. Para a física moderna, isso tem uma explicação lógica: à medida que envelhecemos vamos ficando cada vez lentos, nosso cérebro vai ficando lento e isso faz parecer que o mundo ao nosso redor de repente ficou mais veloz. É um lembrete de que a quantidade de tempo de que dispúnhamos ao nascer está se esgotando. Nossos processos mentais, assim como nossas ações, vão ficando mais e mais lentos até que enfim param de funcionar por completo. Morremos.
Se estivermos aguardando alguma festa, show ou comemoração muito desejada o relógio parece travar, a hora nunca chega. Quando finalmente nos vestimos e saímos, dali a poucos segundos já estamos acordando de ressaca no dia seguinte. Tudo passou num piscar de olhos. Como pode ser isso?! A ideia que temos sobre o tempo está intimamente relacionada às sensações: sempre que alguma atividade nos proporcionar prazer, parecerá ter passado rápido, mesmo que demore dias. Se, no entanto, se tratar de alguma situação difícil, estressante ou muito trabalhosa, parecerá sempre muito demorada, ainda que perdure por meros minutos.
Existem ao redor do mundo algumas tribos que desconhecem a noção de tempo. Para estas pessoas, a vida é pautada pelas atividades diárias a executar, jamais pela tirania do relógio. É um estilo de vida que nós ocidentais sequer conseguimos imaginar. De certa forma, vivemos uma vida que não faz lá muito sentido. Passamos três quartos de nossa existência trabalhando e pensando em ter uma "velhice tranquila". Quando finalmente chegamos lá, não nos restam muitos anos para aproveitar. Nosso tempo acabou.

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