quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A odisséia de Eugeninho e Quintaninha



É Natal e o ano é 1982. No mundo todo, milhões de pessoas correm para os cinemas para acompanhar a história de um pequeno ser que fica perdido em nosso planeta e é ajudado por um grupo de garotos a voltar para o seu lar. ET, o extraterrestre, tornou-se um clássico e até hoje nos emociona ao mostrar que a amizade e o amor não conhecem barreiras no tempo nem no espaço. Esta semana, ao acompanhar as aventuras (e desventuras) dos mascotes da Feira do Livro da Escola Eugênio Franciosi, Eugeninho e Quintaninha, imediatamente lembrei da história do pequeno e desamparado extraterrestre.
Depois de terem participado de um concurso que escolheria o mascote definitivo da Feira do Livro em anos vindouros, isso ainda lá em 2005, nossos queridos personagens descansavam quase esquecidos numa das salas da escola, com certeza bastante entediados, pois nunca mais deram as caras numa feira de livros, nem foram designados para nenhuma missão importante. Restava-lhes a companhia um do outro e as boas lembranças daqueles dias gloriosos na companhia da garotada. Então, repentinamente, talvez por uma ironia do destino, foi numa manhã fria que Eugeninho e Quintaninha se viram embarcados (à força, é claro) num caminhão que os levaria ao seu destino final: o lixo.
Da mesma forma que o simpático ET do cinema, nossos bravos heróis tiveram a sorte de contar com a ajuda de amigos que se mobilizaram, fizeram cara feia e os ajudaram a retornar para aquela que sempre fora sua casa. Se fossem outros tempos, certamente restaria aos nossos amigos se conformar com seu destino e aguardar pacientemente o fim dos seus dias em meio aos restos apodrecidos, chuvas, frio e ferrugem. Hoje, graças às redes sociais, em pouco mais de um dia já estavam de volta.
Ainda levará algum tempo para que consigamos entender o real poder que tem o Facebook como ferramenta de mobilização coletiva. Quantas mudanças, quantas melhorias, quantos erros poderão ser consertados graças à união e aos compartilhamentos, que vão se juntando como mãos que se tocam, formando uma grande corrente que grita, pede, protesta? Da mesma forma que Eugeninho e Quintaninha, quantos outros personagens, muitos anônimos, pessoas sem vez nem voz, poderão ser ajudados? Estão de parabéns todos que se mobilizaram e que protestaram. Que bom que tenha sido assim, pois erguer a voz em defesa daquilo que consideramos certo e justo é exercer a cidadania na sua forma mais plena e digna.
A história de Eugeninho e Quintaninha servirá de exemplo para que continuemos acreditando que as mudanças são possíveis e que um mundo melhor é possível. É nos pequenos gestos que se iniciam as grandes obras, os grandes feitos. Bem-vindos de volta mascotes, e continuem sua missão de divulgar e espalhar a cultura e o conhecimento que os livros nos trazem. Que tenham vida longa entre nós.

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