É Natal e o
ano é 1982. No mundo todo, milhões de pessoas correm para os cinemas para
acompanhar a história de um pequeno ser que fica perdido em nosso planeta e é
ajudado por um grupo de garotos a voltar para o seu lar. ET, o extraterrestre,
tornou-se um clássico e até hoje nos emociona ao mostrar que a amizade e o amor
não conhecem barreiras no tempo nem no espaço. Esta semana, ao acompanhar as
aventuras (e desventuras) dos mascotes da Feira do Livro da Escola Eugênio
Franciosi, Eugeninho e Quintaninha, imediatamente lembrei da história do
pequeno e desamparado extraterrestre.
Depois de
terem participado de um concurso que escolheria o mascote definitivo da Feira
do Livro em anos vindouros, isso ainda lá em 2005, nossos queridos personagens
descansavam quase esquecidos numa das salas da escola, com certeza bastante
entediados, pois nunca mais deram as caras numa feira de livros, nem foram
designados para nenhuma missão importante. Restava-lhes a companhia um do outro
e as boas lembranças daqueles dias gloriosos na companhia da garotada. Então,
repentinamente, talvez por uma ironia do destino, foi numa manhã fria que
Eugeninho e Quintaninha se viram embarcados (à força, é claro) num caminhão que
os levaria ao seu destino final: o lixo.
Da mesma forma
que o simpático ET do cinema, nossos bravos heróis tiveram a sorte de contar
com a ajuda de amigos que se mobilizaram, fizeram cara feia e os ajudaram a
retornar para aquela que sempre fora sua casa. Se fossem outros tempos, certamente
restaria aos nossos amigos se conformar com seu destino e aguardar
pacientemente o fim dos seus dias em meio aos restos apodrecidos, chuvas, frio
e ferrugem. Hoje, graças às redes sociais, em pouco mais de um dia já estavam
de volta.
Ainda levará
algum tempo para que consigamos entender o real poder que tem o Facebook como
ferramenta de mobilização coletiva. Quantas mudanças, quantas melhorias,
quantos erros poderão ser consertados graças à união e aos compartilhamentos,
que vão se juntando como mãos que se tocam, formando uma grande corrente que
grita, pede, protesta? Da mesma forma que Eugeninho e Quintaninha, quantos
outros personagens, muitos anônimos, pessoas sem vez nem voz, poderão ser
ajudados? Estão de parabéns todos que se mobilizaram e que protestaram. Que bom
que tenha sido assim, pois erguer a voz em defesa daquilo que consideramos
certo e justo é exercer a cidadania na sua forma mais plena e digna.
A história de
Eugeninho e Quintaninha servirá de exemplo para que continuemos acreditando que
as mudanças são possíveis e que um mundo melhor é possível. É nos pequenos
gestos que se iniciam as grandes obras, os grandes feitos. Bem-vindos de volta
mascotes, e continuem sua missão de divulgar e espalhar a cultura e o
conhecimento que os livros nos trazem. Que tenham vida longa entre nós.
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