Na madrugada
da última quarta-feira, cientistas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, com
sede na Suíça, anunciaram aquela que já está sendo considerada a maior das
conquistas humanas desde a descoberta da América por Colombo, em 1492. Pela
primeira vez em décadas, se pode afirmar com 99% de certeza que é confirmada a
existência do bóson de Higgs, a partícula que faltava para comprovar o modelo
padrão da Física atual, e isso não é pouca coisa.
De acordo com
o que se conhece em Física, tudo o que podemos observar no Universo é formado
por pequenos “tijolinhos” de matéria conhecidos como átomos. Estrelas,
planetas, carros, prédios, árvores, animais e até nós mesmos. Os átomos por sua
vez são constituídos por elementos ainda menores, as partículas, estas sim
quase impossíveis de serem observadas, por serem formadas de pouquíssima ou
nenhuma massa. De todas as partículas mais básicas de que somos formados, a
única que faltava para completar o quebra-cabeça da criação do Universo era
justamente o bóson de Higgs, pois se acredita que seja responsável por conferir
massa a tudo o que existe, inclusive aos nossos próprios corpos.
As implicações
que essa descoberta traz para a humanidade são imensas, pois acende uma luz
sobre a compreensão de como nosso Universo surgiu. A existência dessa
partezinha tão minúscula da matéria consegue provar que a imensa explosão de
energia conhecida como Big Bang realmente aconteceu, dando origem a tudo o que
existe, incluindo você e eu. Aos poucos, com os avanços crescentes da
tecnologia e da ciência, podemos vislumbrar os segredos da criação, sem que
para isso seja necessário recorrer a duendes, deuses ou outros mitos.
Ao que tudo
indica, quanto mais nos aprofundamos no estudo da Física de partículas, mais
somos levados a crer que toda matéria é formada por energia pura, em constante
vibração. As diferenças de cor, tamanho, formatos e outras características das
coisas que observamos, se devem às diferentes formas de vibração dessa energia
que forma o Universo. Para que tudo funcione, existe uma constante melodia
cósmica sendo tocada, sem a necessidade de um maestro, porém. Além disso, a
possível confirmação de que nosso Universo tenha surgido por si mesmo, indica
que ele com certeza não é único. Conforme a audaciosa proposta de alguns
estudiosos, deve existir tantos universos quantos grãos de areia existem em
todas as praias da Terra!
Parece não
haver limites para a vastidão que nos cerca. Quanto mais avançamos
tecnologicamente, mais as fronteiras do Universo conhecido se expandem. Na
época de Galileu, o sistema solar era o limite. No tempo de Einstein, nossa
galáxia, a Via Láctea, parecia ser o limite máximo. Hoje, com telescópios cada
vez mais potentes, não há mais obstáculos. Pouco a pouco, segredos que temos
sonhado em desvendar há milhares de anos, vão sendo revelados. Onde iremos
parar e que maravilhas ainda estão por descobrir, só o tempo dirá. A
engenhosidade e criatividade da mente humana têm nos conduzido a horizontes
inimagináveis.
Aparelhos e tecnologias
que até bem pouco tempo só eram vistos em filmes de ficção científica, hoje
fazem parte de nossa vida rotineira. O pioneirismo e a ousadia que fizeram com
que chegássemos até onde estamos hoje, nos levarão ainda muito mais longe. O
bóson de Higgs, por mais diminuto que seja, com certeza nos possibilitará
grandes realizações no campo da ciência e da tecnologia, num futuro próximo.
Não duvido que nossa própria sobrevivência enquanto espécie esteja atrelada a
essa descoberta.
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