quarta-feira, 4 de julho de 2012

...e a luz se fez, por ela mesma!


Na madrugada da última quarta-feira, cientistas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, com sede na Suíça, anunciaram aquela que já está sendo considerada a maior das conquistas humanas desde a descoberta da América por Colombo, em 1492. Pela primeira vez em décadas, se pode afirmar com 99% de certeza que é confirmada a existência do bóson de Higgs, a partícula que faltava para comprovar o modelo padrão da Física atual, e isso não é pouca coisa.
De acordo com o que se conhece em Física, tudo o que podemos observar no Universo é formado por pequenos “tijolinhos” de matéria conhecidos como átomos. Estrelas, planetas, carros, prédios, árvores, animais e até nós mesmos. Os átomos por sua vez são constituídos por elementos ainda menores, as partículas, estas sim quase impossíveis de serem observadas, por serem formadas de pouquíssima ou nenhuma massa. De todas as partículas mais básicas de que somos formados, a única que faltava para completar o quebra-cabeça da criação do Universo era justamente o bóson de Higgs, pois se acredita que seja responsável por conferir massa a tudo o que existe, inclusive aos nossos próprios corpos.
As implicações que essa descoberta traz para a humanidade são imensas, pois acende uma luz sobre a compreensão de como nosso Universo surgiu. A existência dessa partezinha tão minúscula da matéria consegue provar que a imensa explosão de energia conhecida como Big Bang realmente aconteceu, dando origem a tudo o que existe, incluindo você e eu. Aos poucos, com os avanços crescentes da tecnologia e da ciência, podemos vislumbrar os segredos da criação, sem que para isso seja necessário recorrer a duendes, deuses ou outros mitos.
Ao que tudo indica, quanto mais nos aprofundamos no estudo da Física de partículas, mais somos levados a crer que toda matéria é formada por energia pura, em constante vibração. As diferenças de cor, tamanho, formatos e outras características das coisas que observamos, se devem às diferentes formas de vibração dessa energia que forma o Universo. Para que tudo funcione, existe uma constante melodia cósmica sendo tocada, sem a necessidade de um maestro, porém. Além disso, a possível confirmação de que nosso Universo tenha surgido por si mesmo, indica que ele com certeza não é único. Conforme a audaciosa proposta de alguns estudiosos, deve existir tantos universos quantos grãos de areia existem em todas as praias da Terra!
Parece não haver limites para a vastidão que nos cerca. Quanto mais avançamos tecnologicamente, mais as fronteiras do Universo conhecido se expandem. Na época de Galileu, o sistema solar era o limite. No tempo de Einstein, nossa galáxia, a Via Láctea, parecia ser o limite máximo. Hoje, com telescópios cada vez mais potentes, não há mais obstáculos. Pouco a pouco, segredos que temos sonhado em desvendar há milhares de anos, vão sendo revelados. Onde iremos parar e que maravilhas ainda estão por descobrir, só o tempo dirá. A engenhosidade e criatividade da mente humana têm nos conduzido a horizontes inimagináveis.
Aparelhos e tecnologias que até bem pouco tempo só eram vistos em filmes de ficção científica, hoje fazem parte de nossa vida rotineira. O pioneirismo e a ousadia que fizeram com que chegássemos até onde estamos hoje, nos levarão ainda muito mais longe. O bóson de Higgs, por mais diminuto que seja, com certeza nos possibilitará grandes realizações no campo da ciência e da tecnologia, num futuro próximo. Não duvido que nossa própria sobrevivência enquanto espécie esteja atrelada a essa descoberta.

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