sexta-feira, 3 de abril de 2015

Velozes e Furiosos 7: Paul Walker eterno



Muito já se falou, escreveu e pensou sobre a franquia Veloz e Furiosos, na maior parte das vezes criticando, rotulando a série como infantil e pobre em conteúdo e significado. Esta semana resolvi conferir na prática e tirar minhas próprias conclusões, afinal é preciso ver, analisar e sentir para então emitir um parecer. Mesmo antes de começar a projeção, uma surpresa: na enorme fila que se espremia a espera do filme, dei-me conta de que a pessoa mais velha ali provavelmente era eu.
Adolescentes e jovens que cresceram na companhia de Diesel, Walker e os outros esbanjavam elogios e expectativas. Brilho nos olhos, alegria no coração e tanta emoção quanto numa final de Copa do Mundo. Mas espere um pouco: não foi exatamente para isso que o cinema, a literatura e outras formas de arte foram inventadas, para nos emocionar?!
No escurinho da sala, a folia e risadas cessam por completo assim que o logo da Universal Pictures é exibido. Logo nas primeiras cenas o filme deixa bem claro a que veio: muita gente bonita, muitos carrões envenenados e cenas de ação capazes de fazer parar um coração humano. Perseguições automobilísticas nunca vistas e lutas com coreografias perfeitas são a cereja do bolo de uma produção planejada e executada com total esmero em cada detalhe, em cada cena, em cada diálogo.
Nos olhos dos jovens na plateia o sentimento é de êxtase, de maravilhamento. Apesar de longa, a projeção passa voando, nem há tempo para respirar. Nas mãos do diretor James Wan, Velozes 7 ficou ainda mais parrudo, nos deixa a impressão de ser um filme de ação que tomou esteroides. Já se aproximando de seu final, a obra ainda reserva uma surpresa linda e dolorosa: a despedida de Paul Walker, ator que morreu tragicamente em 2013, vitimado por sua maior paixão, a velocidade. Triste e poética ironia.
Muito mais que um filme de ação, Velozes 7 é um filme sobre o amor, sobre a importância de se ter amigos e de quão fortes podem ser os laços que nos unem. Em meio a explosões gigantescas e cenas de tirar o fôlego, aprendemos sobretudo que a palavra família pode ter muitos significados, que a vida nos guarda surpresas, nem sempre boas; e que o sofrimento nos fortifica, nos humaniza e nos redime de nossos erros. A morte, maior mistério da vida, será para sempre incompreensível. Walker, onde quer que esteja, não tenho dúvidas de que está orgulhoso dos amigos, da família que deixou para trás, para seguir uma outra estrada, a estrada da eternidade.
A cena final é linda, emblemática e se tornará lenda com o passar do tempo. Após tantas cenas de ação, a plateia se levanta e sai. Uns, mudos, ainda chocados, outros, choramingando e enxugando as lágrimas, porém com uma certeza no coração: a família Velozes e Furiosos é também parte de cada um de nós, é também a nossa família.

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