Devido
ao fato de estarmos em período de férias
escolares, passei estes últimos dias na casa de meus pais, que moram no
interior. Sem a agilidade da internet, segui na companhia dos livros e do bate
papo descontraído. Hoje, terça-feira, abro minha página deste "livro da
vida" que é o facebook e vejo o rosto alegre e cheio de vida do jovem João
Paulo Miorando ilustrando a notícia de sua própria morte.
Durante
alguns minutos tiro as mãos do teclado, leio e releio várias vezes a notícia,
sem querer acreditar e logo depois me fazendo a pergunta que sempre nos vem à
mente nessas horas: por quê? Por mais que tentemos aceitar a morte como sendo
parte da vida, não há como compreendê-la, muito mais ainda quando leva alguém
saudável e que tinha uma vida inteira para viver. Muitos afirmam que todos nós
temos "nossa hora", porém como é possível que essa hora chegue tão
cedo para algumas pessoas?
Há
um ditado da sabedoria popular que afirma que "os bons morrem cedo".
Talvez seja verdade, pois não há como explicar de outro jeito uma perda tão
cruel como esta que agora nos ocorre.
Conheci
João Paulo ano passado na Escola Eugênio Franciosi, durante as aulas de
Seminários Integrados. A turma onde ele estudava tinha seus problemas, mas a alegria
e o companheirismo sempre foram os ingredientes principais naquela sala. Aos
poucos, se instalou um clima de irmandade e de amizade, com os sorrisos sempre
estampados nos rostos de todos. João sempre foi muito extrovertido e
brincalhão, aprontando com todos que faziam parte de suas amizades. Não me
lembro de vê-lo emburrado ou de mau humor. Estava sempre alegre e de muito bem
com a vida.
Nos
dias em que a turma tinha aulas o dia inteiro, costumávamos compartilhar o
almoço entre alunos e alguns professores, dar boas risadas e beber refri, coisa
de que ele gostava muito e sempre era parceiro em todos os momentos. Logo no
início do ano, foi na sala de informática, entre uma e outra atividade, que
João me pediu para criarmos um perfil para ele na rede social. Criamos a página
e tirei uma foto dele para o perfil, a mesma que agora anuncia sua morte.
Penso
que jamais saberemos o que acontece conosco depois que morremos, é o maior dos
mistérios, desde sempre e para todo o sempre. Nos resta torcer muito e acreditar
que morrer não representa o fim de tudo, que alguma coisa permanece de nós
depois que partimos. Tenho certeza de que no início das aulas e por um bom
tempo ainda, a família Eugênio Franciosi sentirá um vazio que nunca será
preenchido. As boas lembranças da amizade e das muitas alegrias que vivemos em
companhia de João Paulo ficarão conosco para sempre, nos fazendo acreditar que
a vida vale a pena, apesar da dor que agora sentimos.
Fique
em paz amigo, e saiba que estarás sempre conosco. Tomara que sejamos capazes de
espalhar um pouquinho da alegria de viver e do otimismo que você levava sempre
junto, onde quer que estivesses.
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