terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Quando perdemos um grande amigo



Devido ao  fato de estarmos em período de férias escolares, passei estes últimos dias na casa de meus pais, que moram no interior. Sem a agilidade da internet, segui na companhia dos livros e do bate papo descontraído. Hoje, terça-feira, abro minha página deste "livro da vida" que é o facebook e vejo o rosto alegre e cheio de vida do jovem João Paulo Miorando ilustrando a notícia de sua própria morte.

Durante alguns minutos tiro as mãos do teclado, leio e releio várias vezes a notícia, sem querer acreditar e logo depois me fazendo a pergunta que sempre nos vem à mente nessas horas: por quê? Por mais que tentemos aceitar a morte como sendo parte da vida, não há como compreendê-la, muito mais ainda quando leva alguém saudável e que tinha uma vida inteira para viver. Muitos afirmam que todos nós temos "nossa hora", porém como é possível que essa hora chegue tão cedo para algumas pessoas?

Há um ditado da sabedoria popular que afirma que "os bons morrem cedo". Talvez seja verdade, pois não há como explicar de outro jeito uma perda tão cruel como esta que agora nos ocorre.

Conheci João Paulo ano passado na Escola Eugênio Franciosi, durante as aulas de Seminários Integrados. A turma onde ele estudava tinha seus problemas, mas a alegria e o companheirismo sempre foram os ingredientes principais naquela sala. Aos poucos, se instalou um clima de irmandade e de amizade, com os sorrisos sempre estampados nos rostos de todos. João sempre foi muito extrovertido e brincalhão, aprontando com todos que faziam parte de suas amizades. Não me lembro de vê-lo emburrado ou de mau humor. Estava sempre alegre e de muito bem com a vida.

Nos dias em que a turma tinha aulas o dia inteiro, costumávamos compartilhar o almoço entre alunos e alguns professores, dar boas risadas e beber refri, coisa de que ele gostava muito e sempre era parceiro em todos os momentos. Logo no início do ano, foi na sala de informática, entre uma e outra atividade, que João me pediu para criarmos um perfil para ele na rede social. Criamos a página e tirei uma foto dele para o perfil, a mesma que agora anuncia sua morte.

Penso que jamais saberemos o que acontece conosco depois que morremos, é o maior dos mistérios, desde sempre e para todo o sempre. Nos resta torcer muito e acreditar que morrer não representa o fim de tudo, que alguma coisa permanece de nós depois que partimos. Tenho certeza de que no início das aulas e por um bom tempo ainda, a família Eugênio Franciosi sentirá um vazio que nunca será preenchido. As boas lembranças da amizade e das muitas alegrias que vivemos em companhia de João Paulo ficarão conosco para sempre, nos fazendo acreditar que a vida vale a pena, apesar da dor que agora sentimos.

Fique em paz amigo, e saiba que estarás sempre conosco. Tomara que sejamos capazes de espalhar um pouquinho da alegria de viver e do otimismo que você levava sempre junto, onde quer que estivesses.

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