terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O sadismo na morte de Paul Walker: um retrato da maldade humana



Não tenho dúvidas de que a beleza e o sucesso conquistam um número muito maior de invejosos do que de admiradores. Quando a princesa Diana morreu em um trágico acidente automobilístico em 1997, jornais sensacionalistas e supostos fãs se esforçavam para conseguir e divulgar fotos de seu corpo desfigurado. Não foi diferente com Ayrton Senna, Mamonas Assassinas, Michael Jackson e agora Paul Walker.
Qual o objetivo de tanto sadismo e maldade, senão a inveja pura e simples? Por que não lembrar das pessoas como elas eram, com sua graça, sua vivacidade e sua beleza, ao invés deste desrespeito? Quando a fatalidade vitimou Senna ou os Mamonas, a internet ainda estava engatinhando no Brasil. Hoje a informação circula em segundos, nos inundando com toda sorte de materiais duvidosos e de mau gosto.
Deixando de lado o machismo reinante, é preciso que se diga: Paul Walker era um homem bonito, bem sucedido e que ao lado de seu trabalho como ator, desfilava pelas passarelas mais disputadas do mundo. Apesar da agenda apertada, ainda conseguia tempo para desenvolver projetos sociais e humanitários, para os quais nem fazia questão de chamar atenção. Queria ajudar as pessoas porque acreditava que era a coisa certa a fazer, porque sabia que era um homem de sorte que possuía muito mais do que realmente necessitava.
Não consigo entender o motivo que leva algumas pessoas a gastarem horas elaborando montagens de fotos em que apareceria o corpo carbonizado do ator, em meio aos destroços de seu carro. A única explicação possível é a maldade e a inveja. É uma forma de provar para si mesmo que ele, assim como sua fama, beleza e prestígio foram destruídos para sempre. Quando admiramos muito alguém  e desejamos ser como esta pessoa ou conquistar o que ela conquistou, isto é algo bom, mostra que temos ambições e metas para o futuro, que nos espelhamos em um ídolo que nos serve de exemplo. Neste caso, jamais desejaríamos ver o corpo destroçado da pessoa que admiramos. O verdadeiro fã jamais deseja isso, sente pavor, sente tristeza.
Não posso me declarar fã de Paul Walker. Devo ter visto uns dois de seus filmes e só, mas admiro e tenho profundo respeito por quem produz arte e cultura e sei que quem pensa da mesma forma sente indignação e perplexidade diante destas fotos e montagens, que em nada contribuem para preservar a imagem e o caráter daqueles que morreram tragicamente, sejam pessoas famosas ou não.

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