
Dilma Rousseff acaba de ser eleita a 36ª presidente do Brasil. Considerando o longo histórico de uma sociedade patriarcal e machista que temos no nosso país, isso não é pouca coisa. Sim, porque independentemente de partidos políticos, sempre existiu uma grande resistência quanto a votar numa mulher para ocupar o cargo mais importante do país.
Durante a campanha presidencial, vi muitas mulheres afirmando que não votariam em Dilma. O inconsciente feminino, apesar de ansiar por independência, muitas vezes ainda mantém a ideia de que é preciso um homem pra ocupar uma posição de liderança, pra chefiar. Desejo que Dilma faça um bom governo, que diminua ainda mais as desigualdades sociais que ainda impedem o país de ocupar um lugar entre os grandes, entre os países de destaque no mundo. Acredito que só o fato de termos escolhido uma mulher para ser nossa presidente, já representa uma mudança importante de mentalidade de parte do povo, um avanço.
Através de estudos no campo da moderna neurociência, é sabido que o cérebro feminino é mais atento ao detalhismo e à sensibilidade. Tenho certeza de que Dilma se destacará no trato diplomático com as outras nações, de que não deixará de focar sua atenção aos problemas que atualmente mais afligem o país, como no caso da saúde e da educação.
Mas é impressionante como a imprensa é tendenciosa nesse país! Durante a campanha, tentaram ao máximo prejudicar a petista, e isso de todas as formas possíveis. Capas e mais capas de revistas com chamadas sensacionalistas destacando supostos casos de corrupção no Planalto, falando do “passado negro” da candidata e tals. O jornalismo televisivo então, nem se fala. Jornalista que numa semana afirmava, olhando bem fixo para a câmera, com cara de indignação: “Candidato do PSDB é agredido por militantes truculentos do PT...”. Agora já na segunda-feira após a eleição, dizia ser “uma grande honra recebermos aqui nos nossos estúdios a presidente eleita, que gentilmente concordou em nos conceder esta entrevista!”. Quem te viu e quem te vê, como se costuma dizer. Da forma como vem agindo, a imprensa brasileira muito mais prejudica do que ajuda. Tomemos neste caso a questão da própria eleição: o eleitor indeciso e já cansado de ouvir tantos discursos, não sabe mais pra que lado seguir, já que num dado canal de televisão ouve falar bem de determinado candidato, daí troca de canal e só ouve falar mal! Como ele poderá se decidir? Como poderá fazer uma escolha consciente, com tamanha manipulação e jogos de interesses?
Enquanto isso, lá em Brasília, fiquei sabendo que o Tiririca, eleito deputado federal mais votado do Brasil, poderá eventualmente se recusar a fazer o teste pra verificar se é mesmo analfabeto ou não. Deste jeito, a população tende a ficar cada vez mais desgostosa com a política. Onde já se viu um absurdo como esse?! Por mais que ainda haja bons políticos, existem muitas brechas na legislação, que acabam sempre permitindo o famoso “jeitinho brasileiro”, para se dar bem. Por mais que a eleição de Dilma represente um avanço para o país, é preciso que muita coisa mude para que possamos alçar vôo ao nível dos países mais desenvolvidos do mundo.
Vai levar um bom tempo ainda pra chegar lá. É impossível se desenvolver satisfatoriamente sem antes investir pesadamente em educação. Em países como a Inglaterra, por exemplo, quando o Brasil foi descoberto, já havia universidades com 400 anos de fundação! Falta muito ainda, somos um país que está engatinhando.
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