
Nestes dias de propaganda eleitoral na televisão, haja paciência de parte do telespectador. Durante duas horas diárias, desfilam na telinha tipos os mais diversos: advogados, palhaços, apresentadores de TV em fim de carreira, jogadores de futebol aposentados, locutores de rádio, donas de casa desempregadas e até mesmo funkeiras querendo tirar proveito de seus dotes físicos para angariar a simpatia do eleitor!
É um espetáculo ora cômico, ora deprimente. O propósito fundamental do espaço gratuito na televisão se perdeu completamente. Se a ideia era orientar e conscientizar o eleitor, auxiliando-o numa escolha mais adequada, o que temos hoje é uma corrida desvairada em frente às câmeras, cada um querendo usar da melhor forma possível os poucos segundos de que dispõe, para conquistar o voto. Para isso vale tudo: fazer promessas impossíveis, contar piadas, posar de católico fervoroso e até debochar da eleição ou do eleitor. Este, na maior parte das vezes totalmente decepcionado com a política no país, acaba votando em algum candidato “engraçadinho” como forma de protesto.
É lamentável que o processo eleitoral no país tenha tomado o rumo que tomou. Devido às seguidas decepções ano após ano, as pessoas em geral têm dificuldade para entender que um cargo político é um posto de extrema importância, seja em nível Municipal, Estadual ou Federal. Os candidatos de hoje são os cidadãos que amanhã criarão projetos e as novas Leis que governarão as vidas de todos nós.
Dada a importância do trabalho a ser desempenhado, penso que deveria haver certos pré-requisitos para o indivíduo poder se candidatar a um cargo político, sendo a formação educacional o principal deles. É muito comum vermos anúncios de emprego nos jornais, onde se exige ensino médio completo para poder desempenhar as mais simples funções. Nas universidades, para poder participar de um concurso para professor, exige-se Mestrado ou mesmo Doutorado. São anos e anos de estudos, nos quais é preciso provar que se é bom de verdade, é preciso ter uma carreira consolidada para poder ingressar. E na política...
Na política temos Legisladores que muitas vezes nem sequer possuem uma formação de Ensino Básico. Como estes senhores irão propor Projetos de Lei tão necessários, como irão atender as necessidades do seu eleitorado sofrido e carente de soluções imediatas? Como irão dignificar a sua profissão? São perguntas difíceis de serem respondidas, pelo menos num primeiro momento.
Na Grécia Antiga a política era uma atividade não remunerada, é preciso que se diga, e talvez por isso mesmo tenha tido o status que teve entre aquela civilização. As pessoas que se envolviam com essa atividade, tinham realmente a intenção de tornar a sociedade num ambiente melhor para se viver. Atualmente, salvo as raras e gratas exceções, o que se tem são muitos interesses pessoais em jogo. Ademais, os bons políticos infelizmente são eclipsados pelos tantos escândalos que vemos todos os dias estampados nos jornais ou nos noticiários da TV.
Todo este processo de decadência acabou por fazer do eleitor um sujeito apático, manipulável e desgostoso com a política. Nas casas, nas ruas, nas festas, as pessoas não querem nem ouvir falar em eleições. Ficamos agradecidos quando acaba, quando tudo termina... Coisa boa poder ligar a TV e curtir os programas que gostamos de ver. Nada mais de “meu nome é Fulano, meu número é tal!!”
Um comentário:
"Vote no Tiririca, pior que está não fica!" Depois de algo assim, a tendência é piorar. Existe um país da Escandinávia, não lembro qual agora, onde os políticos não recebem salário nem qualquer tipo de regalia. Se fosse assim aqui no Brasil, seria o fim do horário político e talvez até dos própios políticos!
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