quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Paixão pela música


A música exerce sobre nós, seres humanos, um enorme leque de emoções. Dependendo da situação, um “som” nos acalma, anima, excita, comove, ou mesmo irrita, nos inquieta de alguma forma. Talvez por ser uma das mais conhecidas formas de arte, a música age de formas bem distintas sobre as pessoas. Tem gente que só conhece as músicas que tocam no rádio, os funks, pagodes e sertanejos da vida, no caso da região onde vivemos. Outros conhecem ainda menos e nem estão se importando com isso: vivem alheios à música. Ela não consegue prender-lhes a atenção, seja o estilo que for.
Na extremidade oposta a esses, temos logicamente aqueles que se auto intitulam “viciados em música”. É precisamente nesse grupo que eu me encaixo. Não consigo viver um único dia sem música. Assim como uma das refeições importantes do dia, quando não ouço música parece que algo está faltando, dá aquela sensação de incompletude, uma certa “fome” pra ouvir algum CD novo, ou mesmo aqueles bem velhinhos, que ficam lá na estante por meses, às vezes anos até, juntando poeira, até que um belo dia a gente os “redescobre” e relembra aquelas canções que marcaram época, que definiram esta ou aquela fase da nossa vida. Ouvir música é sempre bom, pouco importa se sozinho ou na companhia de pessoas queridas, a música proporciona uma sensação de aconchego, de proteção até, mexe com as nossas emoções mais profundas.
Quando estamos apaixonados então, minha nossa! Basta ouvir os primeiros acordes daquela canção preferida, que logo deixamos a terra em direção ao mundo da lua. Ficamos em silêncio só ouvindo e pensando na pessoa amada, nas situações que vivemos ao lado dela ou que imaginamos viver num futuro próximo. Como muito bem definiu Roberto Carlos numa de suas músicas mais conhecidas, “são tantas emoções”!
Apesar de tão enraizada em nosso subconsciente, pouco se sabe sobre a origem da música na cultura humana. Os estudiosos do assunto acreditam que a capacidade de criar sons musicais teve como inspiração inicial os sons emitidos pelos animais, tais como o canto dos pássaros e os vários tipo de sons produzidos pelas diferentes espécies para a sua comunicação. Quando procuramos por uma definição do que seja música, geralmente encontramos que “música são sons organizados de forma harmoniosa”. Atualmente, devido à enorme capacidade criativa do ser humano, pode-se dizer que nem todas as criações musicais são harmoniosas. Temos por exemplo as bandas de doom metal ou funeral doom, que praticam um estilo bastante peculiar. Misturando dissonâncias e distorções, aliadas a vocais guturais, os músicos obtém como resultado final músicas bastante barulhentas, que evocam sentimentos de melancolia, desolação e até mesmo medo.
Na loucura do dia a dia, vemos pessoas que querem fazer valer o seu gosto musical, maltratando nossos ouvidos em locais públicos. No ônibus, no trem ou mesmo nas praças públicas, alguns caras ficam “se achando”, ouvindo porcarias como funk, pagode e outros, sem fone de ouvido, enquanto somos obrigados a suportar suas imposições, como se estivessem escutando verdadeiras obras primas! A despeito do que muitos possam pensar, o que confere status à música é sua capacidade de ser universal. As grandes obras musicais, sejam composições eruditas, rock ou música folclórica, nunca envelhecem. Músicas compostas nos hoje distantes anos 60 ou 70, parecem novinhas em folha, sempre atuais, com suas letras de protesto e instrumentais vibrantes.
Nenhum artista do funk ou sertanejo jamais sobreviverá a “moda do momento”. Depois de pouquíssimo tempo, caem fatalmente no esquecimento, ninguém nem sequer lembra que um dia existiram. É a justa punição para a arte caça níqueis, feita sem inspiração e sem nenhuma criatividade.

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