
Quantas vezes você já se perguntou sobre o porquê da nossa existência, sobre porque nascemos, vivemos e depois morremos? E a mais inquietante de todas as perguntas que pode te assaltar no meio de uma noite sem sono: o que acontece conosco quando morremos, pra onde vamos afinal de contas?
Gostamos de pensar que depois da morte seremos levados ao encontro dos nossos parentes mais próximos já falecidos, que nos reuniremos a eles pela eternidade, que jamais nos separaremos então. Trata-se de um sentimento típico do ser humano, a vontade de querer sobreviver à morte, de alguma forma vencê-la, poder prolongar a vida, tornar-se, por assim dizer, imortal.
Infelizmente, sabemos lá no fundo do nosso ser, que isso é impossível, que a morte é definitiva, irreversível e implacável, que nenhum organismo agora vivo poderá sobreviver a ela, em corpo ou alma.
Desde a Antiguidade Clássica, pensadores e religiosos têm se esforçado por nos conceder a salvação, seja por meio de um Deus pretensamente onipotente ou por meio do autoconhecimento, da viagem ao interior de nós mesmos, das experiências e dos anos acumulados que aos poucos conduzem ao saber verdadeiro, um saber que agora já não nos causa espanto, mas traz certezas.
Certas crenças e mitos com os quais crescemos, nos deprimem ou decepcionam quando desvelados, porém, é da decepção e do sofrimento que nasce a descoberta, a verdadeira liberdade. É assim também que a lagarta, depois de rastejar e sofrer com uma mutação quase dolorosa, revela as lindas cores de uma borboleta adulta e alça vôo, em busca de novos desafios. Acontece também conosco quando descobrimos a verdade sobre Papai Noel, sobre fadas e duendes, sobre como temos sido enganados com promessas de vida eterna e entidades invisíveis que supostamente cuidam de nós e nos protegem.
Nossa vida (e morte) não é regulada por seres infinitos e de poderes supremos, mas pela mecânica do acaso, pela dinâmica e aleatoriedade de partículas infinitamente diminutas, pela dança incontrolável dos átomos que compõem cada objeto que conhecemos ou desconhecemos, por átomos que compõem você e eu. Quantas vezes ouvimos as pessoas dizerem: “Minha mãe estava clinicamente morta e voltou à vida, um milagre aconteceu! Deus a salvou.” E eu pergunto: “E quando alguém sadio e robusto repentinamente sofre um ataque cardíaco e morre, isso então é prova de que não existem milagres, de que não existe um deus?!” Veja bem, não estou induzindo você, caro leitor, a concordar comigo, quero apenas que você pense, que reflita e tire suas próprias conclusões.
De uma coisa, entretanto, podemos ter certeza: temos sido enganados desde que nascemos. Nos educaram (ou deseducaram?) no sentido de acreditarmos que seríamos protegidos, que anjos tomariam conta de nós, que quando morrêssemos iríamos para algum lugar melhor ou pior do que este em que hora vivemos, dependendo das nossas ações. Nos fizeram acreditar até mesmo que, se não nos comportássemos, se não praticássemos boas ações, seríamos castigados com o fogo eterno ou outros horrores.
Não sei quanto a você, mas quanto a mim, considero muito mais nobre praticar o bem ou ser solidário por decisão minha, pelo meu caráter, do que por medo de vir a sofrer algum castigo. O ser humano não é naturalmente bom ou mau, apenas reage às circunstâncias em que se encontra num momento determinado, tendo seu comportamento condicionado no mais das vezes por fatores geneticamente programados. Agimos conforme os ditames biológicos, como se um “programa de computador” estivesse sendo executado em nós, embora tenhamos a capacidade de nos rebelar contra essa programação e tomar decisões que julgarmos mais proveitosas a longo prazo.
Talvez seja aí que se esconda nosso maior tesouro: temos a capacidade de nos adaptar, de tomar decisões, de modificar o curso dos acontecimentos, ainda que de forma limitada, pois nosso destino, os rumos que a vida de cada ser humano tomará está muito além do nosso controle, fenômeno este que só modernamente tem sido explicado, pelo menos em parte, pelas recentes descobertas no campo da física de partículas. Tentarei dar um exemplo disso: imagine que você está saindo de viagem para visitar parentes que vivem a 500 km de distância. Podemos dizer que o número de possibilidades do que poderá acontecer com você apenas DURANTE o percurso da viagem tende ao infinito. Não fará nenhuma diferença se você rezar e pedir a Deus ou a algum santo protetor para ter uma viagem tranquila! Podemos tomar medidas no sentido de minimizar os riscos durante a viagem, mas jamais eliminá-los por completo.
Nossa vida é repleta de incertezas, dúvidas e dilemas existenciais que todos os dias chegam a batem à nossa porta. Não temos como saber se trocaremos de carro no mês que vem ou não; se chegaremos em casa no fim do dia ou se teremos nossa vida abreviada por alguma fatalidade, se nosso casamento durará mais 30 anos ou se acabará amanhã mesmo, e assim por diante.
O verdadeiro encantamento de viver reside basicamente nessa condição de incerteza. É ela que dá tempero ao viver, que nos entusiasma e nos impulsiona a seguir em frente. Queremos saber como será o dia de amanhã, pois embora pareça rotineiro como qualquer outro, sabe-se lá que surpresas o acaso está nos reservando. Nessa teia infinita de acontecimentos que vão moldando nossa existência, não serão seres imaginários que interpretarão o papel principal, manipulando nossas vidas como se fôssemos marionetes, mas nós mesmos, a partir das decisões tomadas, do conhecimento adquirido e dos desígnios caprichosos do acaso.
Gostamos de pensar que depois da morte seremos levados ao encontro dos nossos parentes mais próximos já falecidos, que nos reuniremos a eles pela eternidade, que jamais nos separaremos então. Trata-se de um sentimento típico do ser humano, a vontade de querer sobreviver à morte, de alguma forma vencê-la, poder prolongar a vida, tornar-se, por assim dizer, imortal.
Infelizmente, sabemos lá no fundo do nosso ser, que isso é impossível, que a morte é definitiva, irreversível e implacável, que nenhum organismo agora vivo poderá sobreviver a ela, em corpo ou alma.
Desde a Antiguidade Clássica, pensadores e religiosos têm se esforçado por nos conceder a salvação, seja por meio de um Deus pretensamente onipotente ou por meio do autoconhecimento, da viagem ao interior de nós mesmos, das experiências e dos anos acumulados que aos poucos conduzem ao saber verdadeiro, um saber que agora já não nos causa espanto, mas traz certezas.
Certas crenças e mitos com os quais crescemos, nos deprimem ou decepcionam quando desvelados, porém, é da decepção e do sofrimento que nasce a descoberta, a verdadeira liberdade. É assim também que a lagarta, depois de rastejar e sofrer com uma mutação quase dolorosa, revela as lindas cores de uma borboleta adulta e alça vôo, em busca de novos desafios. Acontece também conosco quando descobrimos a verdade sobre Papai Noel, sobre fadas e duendes, sobre como temos sido enganados com promessas de vida eterna e entidades invisíveis que supostamente cuidam de nós e nos protegem.
Nossa vida (e morte) não é regulada por seres infinitos e de poderes supremos, mas pela mecânica do acaso, pela dinâmica e aleatoriedade de partículas infinitamente diminutas, pela dança incontrolável dos átomos que compõem cada objeto que conhecemos ou desconhecemos, por átomos que compõem você e eu. Quantas vezes ouvimos as pessoas dizerem: “Minha mãe estava clinicamente morta e voltou à vida, um milagre aconteceu! Deus a salvou.” E eu pergunto: “E quando alguém sadio e robusto repentinamente sofre um ataque cardíaco e morre, isso então é prova de que não existem milagres, de que não existe um deus?!” Veja bem, não estou induzindo você, caro leitor, a concordar comigo, quero apenas que você pense, que reflita e tire suas próprias conclusões.
De uma coisa, entretanto, podemos ter certeza: temos sido enganados desde que nascemos. Nos educaram (ou deseducaram?) no sentido de acreditarmos que seríamos protegidos, que anjos tomariam conta de nós, que quando morrêssemos iríamos para algum lugar melhor ou pior do que este em que hora vivemos, dependendo das nossas ações. Nos fizeram acreditar até mesmo que, se não nos comportássemos, se não praticássemos boas ações, seríamos castigados com o fogo eterno ou outros horrores.
Não sei quanto a você, mas quanto a mim, considero muito mais nobre praticar o bem ou ser solidário por decisão minha, pelo meu caráter, do que por medo de vir a sofrer algum castigo. O ser humano não é naturalmente bom ou mau, apenas reage às circunstâncias em que se encontra num momento determinado, tendo seu comportamento condicionado no mais das vezes por fatores geneticamente programados. Agimos conforme os ditames biológicos, como se um “programa de computador” estivesse sendo executado em nós, embora tenhamos a capacidade de nos rebelar contra essa programação e tomar decisões que julgarmos mais proveitosas a longo prazo.
Talvez seja aí que se esconda nosso maior tesouro: temos a capacidade de nos adaptar, de tomar decisões, de modificar o curso dos acontecimentos, ainda que de forma limitada, pois nosso destino, os rumos que a vida de cada ser humano tomará está muito além do nosso controle, fenômeno este que só modernamente tem sido explicado, pelo menos em parte, pelas recentes descobertas no campo da física de partículas. Tentarei dar um exemplo disso: imagine que você está saindo de viagem para visitar parentes que vivem a 500 km de distância. Podemos dizer que o número de possibilidades do que poderá acontecer com você apenas DURANTE o percurso da viagem tende ao infinito. Não fará nenhuma diferença se você rezar e pedir a Deus ou a algum santo protetor para ter uma viagem tranquila! Podemos tomar medidas no sentido de minimizar os riscos durante a viagem, mas jamais eliminá-los por completo.
Nossa vida é repleta de incertezas, dúvidas e dilemas existenciais que todos os dias chegam a batem à nossa porta. Não temos como saber se trocaremos de carro no mês que vem ou não; se chegaremos em casa no fim do dia ou se teremos nossa vida abreviada por alguma fatalidade, se nosso casamento durará mais 30 anos ou se acabará amanhã mesmo, e assim por diante.
O verdadeiro encantamento de viver reside basicamente nessa condição de incerteza. É ela que dá tempero ao viver, que nos entusiasma e nos impulsiona a seguir em frente. Queremos saber como será o dia de amanhã, pois embora pareça rotineiro como qualquer outro, sabe-se lá que surpresas o acaso está nos reservando. Nessa teia infinita de acontecimentos que vão moldando nossa existência, não serão seres imaginários que interpretarão o papel principal, manipulando nossas vidas como se fôssemos marionetes, mas nós mesmos, a partir das decisões tomadas, do conhecimento adquirido e dos desígnios caprichosos do acaso.
4 comentários:
Achei o texto bem interessante... Mas agora se pergunte: Você já deve ter ouvido falar de algumas pessoas que, porventura, viram alguma coisa do além (espíritos, fantasmas,...). Comigo, por exemplo, já aconteceram algumas coisas curiosas! Eis a pergunta: Como que essas coisas "paranormais" acontecem? Será que isso vem de Deus ou, até mesmo, do diabo? Eu, particularmente, creio em Deus, mas eu acho que o mundo está voltado muito em crenças e outras coisas. As vezes chego até a achar que essas religiões que tem no mundo, é apenas uma das formas de amenizar a violência, pois como diz no texto, algumas pessoas não pecam por medo do castigo! Esse texto faz reflexão bem legal... Mas mesmo assim, continuo sendo católico!
Acredito que exista sim, algo além de somente essa passagem pelo universo. Mas não discordo completamente de seu pensamento, as nossa ações e atitudes é que nos levam ao sucesso, a felicidade, ou seja, depende somente de nós dar ou não sentido a nossa vida. Acredito que Deus existe, não como um ser, mas sim como sentimentos bons que trazemos em nossos corações, e que sua imagem é algo motivador para nossa sobrevivência em um mundo repleto de problemas, mundo injusto que representa o inferno. Aqui se faz, aqui se paga.
Muito interessante,umas perguntas que eu axu que vão ficar um longo tempo sem resposta,ou quem sabe nunca serão respondidas,nos mostra a realidade em que vivemos,e que vamos viver num futuro.podemos agreditar no que nos foi ditos e ensinado desde pequenos ou simplesmente acreditarmos no que achamos o correto.Isso depende de tudo oque passamos e de nossa própria imaginação.
Idéias a parte,muito bom.
Achei o texto muito bom....bom msm...
bm interessante pra gente pensa e repensa sobre esse assunto...muitas vezes acredito em uma vida após a morte.
Mais será q issoo realmente acontece?
naum sabemos, são varias perguntas q ficam sem resposta...
Bom cada pessoa tem seu modo de pensar...umas acreditam, outras ficam em duvida, e outras não acreditam...só que issoo é perticular de cada um...
Mas enfim, eu particularmente fico em duvida..acredito e ao mesmo tempo não...
Parabens pelo textoo...Ótimo...
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