quarta-feira, 25 de abril de 2012

Terapia da fofoca


Dentre todas as atividades humanas durante um dia normal, o ato de falar da vida alheia é um dos passatempos prediletos tanto de homens quanto de mulheres. Normalmente vista como uma ocupação predominantemente feminina, a fofoca também ocupa lugar de destaque nas rodas masculinas. De acordo com pesquisas realizadas pela Universidade da Califórnia, os homens gastam mais tempo do seu dia falando dos outros do que as mulheres.
A natureza dos assuntos é que não varia muito: homens e mulheres adoram discutir sobre a vida sexual de conhecidos, puladas de cerca, amigos endividados, doenças potencialmente fatais ou festas que estão na agenda, não necessariamente nesta ordem. Por mais que alguém afirme detestar mexericos, com certeza também tem seus momentos de mexeriqueiro. Ninguém escapa de fofocar ou de ser alvo de fofocas. Se pensa que ainda não aconteceu com você, prepare-se para ter uma surpresa desagradável a qualquer momento.
Sem dúvida, o local preferido para esta prática tão comum é o ambiente de trabalho. Entre uma tarefa e outra ou no intervalo para o cafezinho, nada melhor que meter o bedelho na vida daquele ou daquela colega. Se não render nada de muito espalhafatoso, pelo menos renderá algumas boas gargalhadas, e isso é o que conta. Claro, existem pessoas com um talento especial para esmiuçar a vida dos outros. Às vezes, um simples comentário logo alcança proporções enormes, acabando por se transformar num verdadeiro tsunami. Em pouquíssimo tempo, toda a vizinhança estará a par do assunto. Se facilitar, até a cidade inteira.
Dependendo da gravidade da fofoca ou da notoriedade das pessoas envolvidas, a boataria pode deixar de ser uma brincadeira inofensiva e causar muito estrago. Quantos cargos importantes já foram perdidos, guerras foram travadas e até pessoas executadas por conta da língua ferina dos faladores?! Como se sabe, a fofoca é uma ocupação das mais antigas entre os seres humanos. Possivelmente exista desde o tempo das cavernas, quando era usada para tentar derrotar algum rival amoroso ou descobrir possíveis pontos fracos num inimigo.
Curiosamente, muito embora tenham a capacidade de causar malefícios, aqueles que rotineiramente se dedicam a falar da vida dos outros gozam de melhor saúde e têm mais facilidade em estabelecer vínculos sociais. Durante os momentos em que deixamos de lado o trabalho e contamos histórias curiosas sobre as outras pessoas, aliviamos consideravelmente o estresse causado pelas atividades rotineiras, tão danoso ao sistema nervoso e ao coração. Fofocar possui efeitos terapêuticos, quem diria!
No dia a dia, encontraremos sem muito esforço muitas espécies de fofoqueiros. Com os avanços na área da comunicação, falar da vida dos outros ganhou muitos recursos inovadores. Se a novidade que “preciso” contar for muito urgente, posso mandar uma mensagem pelo celular ou pelo computador. Claro, preciso estar ciente de que quem recebeu minha fofoca poderá daqui a pouco estar mandando aos seus amigos alguma “quentinha” sobre mim mesmo! O mundo da fofoca é uma via de mão dupla.
Não esqueça: se acontecer de você abordar uma roda de amigos seus conversando animadamente e quando você se aproximar, de repente todos caírem em silêncio funéreo, com certeza deve ser você o “homenageado” do alegre bate-papo. No entanto, procure pensar positivamente. Independente de estarem falando bem ou mal, o importante mesmo é que você estará sendo lembrado.

Um comentário:

cicero do maranhão disse...

ME PARECE EXTREMAMENTE POSITIVO ALGUÉM SER "LEMBRADO" ATÉ MESMO POR FOFOCA; É MELHOR SER LEMBRADO DO QUE SER ESQUECIDO E VIVER SEMPRE OPRIMIDO.
TENHO DITO - CICERO DO MARANHÃO.