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Talvez você se lembre da célebre pergunta: “O que você estava fazendo no dia em que John Kennedy foi assassinado?”. Para esta geração, muito provavelmente a pergunta será: “O que você estava fazendo no dia em que Michael Jackson morreu?”
Agora mesmo, enquanto escrevo este texto, já cinco dias após o ocorrido, ainda me custa acreditar que ele não está mais entre nós. Vai fazer muita falta, como todos os grandes gênios fazem quando se vão. Deixam em seu lugar um enorme vazio, um vazio que jamais poderá ser preenchido, pois são insubstituíveis.
Vejo vídeos diversos de seus shows e clipes pela internet afora e choro. Choro sim, porque acredito que com certeza se foi o último grande ícone da música. Nesses tempos de infinitos downloads e artistas que surgem e desaparecem a cada cinco minutos, sei que não haverá outro como ele, nunca mais. Artista completo, compositor, cantor, dançarino, produtor, diretor de clipes musicais, ele mudou para sempre o mundo da música e outros tantos mundos ao fundir a música dos negros e dos brancos, contribuindo para derrubar as barreiras que restaram da época de Martin Luther King e Nelson Mandella.
Em resumo, se nunca tivesse existido Michael Jackson, hoje talvez não tivéssemos um negro na Presidência dos Estados Unidos.
Vitimado pelos incontáveis traumas da infância e adolescência, período em que foi sistematicamente espancado pelo pai autoritário, Michael nunca cresceu, se transformando mais tarde em uma criança aprisionada num corpo de adulto. Quem poderia culpá-lo?! Ingênuo e de boa fé, o Peter Pan, como gostava de ser chamado, sofreu várias acusações de abuso sexual contra menores, sendo sempre absolvido. Apesar de nunca esclarecidas, minha intuição me diz para acreditar que fosse mesmo inocente.
Já nos últimos meses de vida, Michael estaria, segundo fontes muito próximas ao cantor, bastante debilitado. Tinha perdido muito peso corporal e também a vontade de viver. Durante os ensaios para os 50 shows que faria a partir da metade de julho na O2 Arena, em Londres, o cantor teria dito que “Não consigo mais dançar nem cantar. Eu estaria melhor morto. Estou acabado...” Sempre envolto em maquiagem pesada e roupas muito coloridas, o artista escondeu até o último momento a ruína humana que habitava por detrás da figura mítica.
Talvez tenha sido melhor assim. É melhor nos lembrarmos do Michael encantador e cheio de energia, que ao dançar e cantar parecia flutuar no ar enquanto arrancava gritos histéricos e lágrimas de seus milhões de fãs.
Na quinta-feira morreu Michael Jackson, o homem, mas nasceu o mito. Seu encanto, sua simpatia e sua música serão eternos, assim como o amor de seus fãs. Que descanse em paz.
2 comentários:
Perfeito o teu texto Professor Evandro, Michael foi gigante, como também foram Elvis, Lennon e Kurt Cobain. Eles foram, mas as suas obras, suas idéias jamais irão sumir, são eternas. Michael soube como misturar pop, rock, dança e letras de musicas com uma genialidade talvez única. Os gênios estão se acabando, restam Axl Rose, Mick Jagger, Mccartney e talvez algum outro que não lembro agora. Michael já deixa saudades. O certo é que na vida tudo acaba, só não acaba o rock n' roll eterno oceano. Jader Saldanha (jaderduani@yahoo.com.br)
Realmente, inegável a contribuição do Michael para a música do século 20. O artista praticamente foi sinônimo dos anos 80 e será lembrado para sempre pela sua geração e até mesmo as mais jovens. É com previlégio que pude assistir seus famosos clipes quando foram mostrados pela primeira vez na TV brasileira pelo programa Fantástico: são eles Triller (que dispensa maiores comentários), Beat It e o que mais me marcou, Billie Jean, com as lajotas da calçada que se iluminavam quando o astro pisava nelas, num cenário e ambientação pra lá de cool. Simples e genial, de uma forma que é dificil, senão quase impossível hoje em dia.
O trono está vago e provavelmente continuará assim indefinidamente.
O mito não morreu, ficou mais forte.
R.I.P.
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